História das Fitas Olfativas

Não se sabe ao certo exatamente em que época as fitas olfativas começaram a ser utilizadas como parte integrante do processo de criação de uma fragrância. É bem possível que seu uso tenha sido iniciado no século 19, com a introdução, de forma mais robusta, das técnicas científicas, para a criação de fragrâncias em escala industrial.

O século 19 marcou uma verdadeira virada na história da perfumaria. Novas técnicas de extração natural foram inventadas, o que ampliou consideravelmente o leque de possibilidades para os perfumistas. Naquela época, alguns perfumistas se destacavam ao comercializar suas criações em grande escala. Foi o caso, por exemplo, de Paul Parquet com “Fougère Royale”, Aimé Guerlain com “Jicky”, e depois Jacques Guerlain com “L’Heure bleue”.

 

 

 

 

 

Jacques Guerlain (sobrinho de Aimé Guerlain) na mudança da síntese. Foto: Sillages Paris

 

 

 

 

Enquanto isso, a ascensão da química permitiu o desenvolvimento de moléculas sintéticas, tornando o perfume mais acessível ao público em geral. Hoje em dia, você pode perfumar tudo: lavanderia, guarda-roupas, interiores, etc.
Naturalmente, para o desenvolvimento desse processo mais metodológico, algumas mudanças de ordem técnica foram necessárias. É nesse contexto que, provavelmente, a utilização de fitas olfativas, ganhou espaço e se tornou fundamental para a qualidade dos resultados obtidos.

Acompanhando essa evolução, houve a necessidade de se evoluir também essas fitas, desenvolvendo papeis, cuja composição e processo produtivo, minimizassem possíveis influências de odor durante o processo de criação e/ou avaliação da fragrância.

Aqui vale uma nota: Você já sentiu o cheiro de uma folha de papel “virgem”? Faça esse teste. Mesmo que você não seja expert na área, e não tenha um “nariz treinado”, você sentirá um “cheiro razoavelmente forte”. Muitos o descrevem como “cheiro alcalino” ou “cheiro ácido”, algo como acetona ou álcool… Pois é. Esses são odores residuais do processo de produção do papel, dos ingredientes químicos utilizados para, pro exemplo, “branquear” a pasta de celulose que dará origem ao papel final. Agora imagine como esse odor irá alterar a percepção olfativa de uma fragrância em desenvolvimento.

Voltando à história, aqui no Brasil, no início dos anos 80, a indústria nacional de fragrâncias estava iniciando seu desenvolvimento. Eram pouquíssimos os perfumistas sêniors presentes no país e em sua imensa maioria, eram oriundos de outros países, especialmente da França.

Jean-Luc Morineau, perfumista expoente nessa época, que Trabalhou em Genebra, Estados Unidos e México, e em 1976 foi transferido para o Brasil e além da Firmenich, trabalhou em importantes casas de fragrâncias: Robertet, IFF, Dragoco, quando resolveu realizar o sonho, que o fez ficar no Brasil : fundar sua própria empresa, a L’ Atelier.

Jean-Luc Morineau. Foto: L’ Atelier Parfums(site)

Um dos grandes desafios de Morineau, era obter no país materiais técnicos com a mesma qualidade daqueles que ele havia tido contato no exterior, dentre eles, as fitas olfativas. Nessa época Morineau conheceu nossos fundadores, Antonio Carlos e Isabel e propôs a eles que desenvolvessem essa linha de produtos no Brasil, acreditando na expansão do setor e consequentemente da demanda por materiais de qualidade internacional.

Depois de alguns anos de pesquisa e desenvolvimento conjunto com fabricantes de papel na Europa e na América do Norte, a Kopiehaus conseguiu registrar mais de 4 papeis olfativos exclusivos no Brasil, e passou a oferecê-los no mercado: Fitas Olfativas em Papel Técnico exclusivo FEITAS NO BRASIL!

Os Tipos de Fitas

As Fitas olfativas recebem diversos nomes, a depender da região do planeta em que você estiver. Alguns (nem todos) mais utilizados são: Scent Strips, Smelling Strip, Paper Testers Strips, Mouillettes, Titiras Olfactivas e até equivocadamente como Blotters Strips (explicaremos em um outro post)

Como se trata de produtos feitos em Papel Técnico Olfativo, as fitas, assim como quase qualquer produto de papel pode assumir a forma que mais se adeque às necessidades do cliente. Elas podem ser retas, no formato de “remos” ou espátulas, podem ter uma extremidade mais “fina” do que a outra, ou o formato de uma “seta”, ou ainda em qualquer outro formato que atenda a necessidade do cliente.

Tudo dependerá do uso que o cliente pretenderá fazer da fita. Por exemplo, uma fita no formato de Espátula, também chamadas de Remo, Pá ou Paddle, pode atender a 2 diferentes usos ao mesmo tempo:

Criação: usa-se a fita para colocar o ingrediente (líquido) na extremidade mais “fina”, e usar o outro lado (maior) para escrever o nome do ingrediente. Quando tiver algumas tiras diferentes, poderá segurá-las na mão em um pequeno leque e acenar (flutuar) na frente do nariz para ver o cheiro da combinação. É assim que se pode determinar se suas escolhas combinam!

Avaliação: usa-se para borrifar o perfume na ponta maior da espátula e use apenas a extremidade menor para segurar enquanto você acena a fragrância em direção ao nariz. Essencialmente, cria-se um ângulo de 45 graus com a parte encharcada de material no ar, para que não toque e contamine a superfície de trabalho.

Tamanho: O “padrão” dessas fitas segue no mundo é o americano (em polegadas), mas no Brasil, essas medidas foram transformadas para o padrão métrico (geralmente em milímetros) e têm as seguintes dimensões: 125mm(comprimento)x 12mm(lado maior)x6mm(lado menor)

MODELOS RETOS

Os modelos retos, mais simples, são geralmente utilizados por laboratórios, para a criação e desenvolvimento de fragrâncias, exatamente como a utilização do lado menor das fitas modelo “espátulas”. Algumas podem ter marcadores “linhas” separadas por uma distância padrão, cujo objetivo é fornecer uma superfície delimitada para que a quantidade de fragrância se espalhe, e assim, manter um padrão olfativo.

Tamanho: Da mesma forma que os outros modelos o padrão internacional é o americano (em polegadas), masda mesma forma, no Brasil, essas medidas foram transformadas para o padrão métrico (geralmente em milímetros) são 2 os principais modelos utilizados, um mais comprido e estreito e outro menor e mais largo e têm as seguintes dimensões, respectivamente: 152mm(comprimento)x 6mm(largura) e
140mm(comprimento)x7mm(largura)

FITAS POINTER

Modelo mais famoso da perfumaria mundial, este formato de fita olfativa foi criado para favorecer o olfato dos Maiores Perfumistas da mundialmente conhecida fabricante de essências indiana Grasse International, mas com uma assinatura “Made in France”.

Ansiosos para poder avaliar todas as notas das fragrâncias, este modelo de fita foi desenvolvido para atender às restrições técnicas relacionadas à imersão e pulverização, da mesma forma que o modelo “espátula”.
Dessa forma, esse modelo é facilmente dobrável graças ao seu sulco central, permitindo sua imersão em frascos de tamanho reduzido, ao mesmo tempo que oferece uma superfície larga o suficiente para reduzir as perdas ao borrifar sua fragrância para avaliação.

Tamanho: No Brasil temos duas versões dessa fita:

  • Pointer, com seguintes dimensões:160mm(comprimento)x 20mm(lado maior)x4,5mm(lado menor e arredondado) e a
  • Pointer “mini”, sem o sulco central e com as seguintes dimensões:
    160mm(comprimento)x 12mm(lado maior)x4,5mm(lado menor e arredondado)
MODELO SETA

A fita “Seta” é uma instituição no mundo restrito da perfumaria, pois foi, por muito tempo, a principal ferramenta nos laboratórios para permitir a melhor dosagem de matérias-primas na hora de criar um perfume. Substituída por alguns profissionais pela pipeta calibrada, outros profissionais ainda permanecem fiéis a esta técnica tradicional, que oferece a possibilidade de anotações manuscritas para cada etapa de seus testes de perfume.

Facilmente manipulável nos pequenos frascos, essa fita torna prático o processo de gerenciar o fluxo de fragrância, de acordo com suas necessidades.

Tamanho:

  • 140mm a 156(comprimento)x 7mm(largura com ponta “reta”)
MODELO PÉTALA

Também conhecida como modelo Guerlain, em homenagem a famosa empresa de mesmo nome e hoje parte do grupo LVMH.

Sua função e utilização segue os mesmos princípios das fitas modelo Espátula e Pointer e pode ser utilizada tanto na criação (lado menor para imersão), quanto na avaliação (lado maior para pulverização)

Tamanho:

  • 150mm (comprimento)x 21mm(largura lado maior e arredondado)x4,8mm(largura lado menor e arredondado)

Saiba mais sobre nossas Fitas Olfativas no post sobre nossa Linha de Produtos Técnicos Olfativos

OUTROS MODELOS

A Kopiehaus têm mais de 20 outros modelos que trabalhamos, mas podemos desenvolver juntos ou seguir as especificações do cliente para que a fita atenda da melhor forma possível as necessidades, seja no processo de criação como no processo de avaliação de fragrâncias.

OS PAPEIS TÉCNICOS OLFATIVOS

Como já mencionamos, utilizar os papeis corretos para Fitas Olfativas pode ser a diferença entre o sucesso e a falha no desenvolvimento de uma fragrância.
Trabalhamos com 2 papeis Tecnicos Olfativos exclusivos no Brasil: Bologne® e Alsace® Plus

Ambos são indicados para esse tipo de utilização técnica, graças a sua composição 100% natural, com fibras de algodão, que não contém nenhum produto químico que modifique a percepção olfativa e ainda possuem pH neutro.

Utilizar papeis eco-friendly é um compromisso que assumimos com os nossos clientes, por isso todos os nossos papeis são certificados FSC (Forest Stewardship Council).

Não há uma característica técnica que os diferencie. Apenas o acabamento do papel Alsace® Plus é um pouco mais refinado, proporcionando uma sensação mais aveludada ao toque, e o que permite também impressões em mais de 2 cores. Todavia, em termos técnicos para o desenvolvimento e avaliação de fragrâncias, diversos testes (nossos e de nossos clientes) apontaram para completa compatibilidade de ambos. Assim, a escolha por um ou por outro, é mais uma questão de preferência dos perfumistas e da necessidade mercadológica (em relação à impressão) do que técnica.

Saiba mais sobre Papeis Técnicos Olfativos em nosso outro post

Personalização e Quantidades mínimas de impressão

Qualquer fita olfativa produzida na Kopiehaus® pode ser personalizada. Naturalmente algumas considerações devem ser feitas pela área responsável:

  1. A largura da fita: A margem de segurança de impressão é de 1,5mm de cada lado, ou seja, em uma fita de 6mm de largura a área de impressão será de apenas 3mm de “altura”. Dessa forma, é importante considerar que detalhes de um logo, por exemplo, não serão visíveis, assim como “encaixes” de cores.
  2. Quantidade de cores: O papel Bologne®, por suas características, só permite até 2 cores de impressão. Tri-cromia (3 cores) ou Quadri-cromia(4 ou mais cores) só podem ser impressos no papel Alsace® Plus
  3. Superfície de impressão: Deve-se levar em conta, que por mais que utilizemos tintas específicas para esse tipo de produto, que são a base de água e não utilizam compostos químicos com cheiro, sempre haverá um cheiro residual mínimo e que será multiplicado pela área de impressão. Dessa forma, vale considerar impressão em apenas um dos lados e sempre na menor quantidade possível, para evitar prejuízos na percepção olfativa durante a criação e/ou avaliação das fragrâncias.

As fitas são comercializadas em quantidades mínimas de produção em função dos altos custos de set-up, que são “diluídos” em função das quantidades. Assim quantidades menores do que as comercializadas, tornam os valores dos produtos “inviáveis”.

Dessa forma, as quantidades mínimas de produção na Kopiehaus® são:

  • Fitas personalizadas (com formatos específicos oi impressão): 5.000 unidades
  • Fitas padrão (qualquer um dos modelos disponíveis e sem impressão): 2.000 unidades

Veja o que a Renata Ashcar, uma das maiores especialista no assunto, tem a dizer sobre a importância do uso de Papel Técnico Olfativo.

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Conheça um pouco mais sobre a nossa linha de Produtos Técnicos Olfativos e como a Kopiehaus® pode te ajudar a ter os melhores produtos do mercado nacional feitos em Papel Técnico Olfativo exclusivo no Brasil.

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